O Tempo

Wednesday, October 05, 2005

Diversidade favorece mercado contadores

Júnia Leticia

Gerenciar receitas, despesas e lucros das empresas por meio do registro e do controle de suas contas. Essa é uma das funções do contador, profissão que, de acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRC-MG), Nourival de Souza Resende Filho, possui um mercado promissor. “Dificilmente há um profissional devidamente qualificado necessitando de recolocação”, afirma.

O coordenador do curso de ciências contábeis do campus Coração Eucarístico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), Silvério Antônio do Nascimento, diz que o mercado de trabalho para o contador está em expansão. “Na questão salarial também há uma melhora. O motivo é a verificação dentro das empresas da necessidade de um contador com uma visão mais gerencial”.

Entre as áreas promissoras da contabilidade estão as de auditoria, perícia contábil e contabilidade pública. “O setor público, além de grupos empresariais, têm uma demanda muito grande por profissionais. Também há campo para aqueles que querem seguir carreira como autônomos, em escritório próprio”, enumera Resende Filho.

O leque de atuação para o contador faz com que ele encontre um amplo mercado de trabalho. “Ele pode trabalhar como consultor, auditor independente, prestar serviços na área pública por meio de concursos, trabalhar como pesquisador e professor. É um profissional que também atua muito nas áreas financeiras, de custos, consultoria de investimentos e projetos de implantação de novos negócios”, esclarece o coordenador do curso de ciências contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Adalberto Gonçalves Pereira.

Durante o curso, além das matérias técnicas da área contábil, como contabilidade comercial e bancária, controladoria, há contabilidade ambiental e balanço social. “A primeira trata da contabilização de ativos e passivos ambientais, usando toda uma metodologia específica para o assunto. Já o balanço social contabiliza como as empresas estão contribuindo com comunidade por meio de ações sociais”, esclarece Nascimento.

Para se exercer a profissão de contador, o profissional deve ser aprovado no exame de suficiência. “O bacharel em ciências contábeis que passa no teste está devidamente credenciado para enfrentar o que o mercado exige”, assegura o presidente do CRC-MG.

Como pré-requisitos pessoais, o presidente do CRC-MG destaca a busca constante pela atualização das leis e de novas tecnologias voltadas para a área. “Aquele que está em constante em um processo de aprendizagem não fica fora do mercado.”

Segundo o coordenador do curso de ciências contábeis da PUC-Minas, o contador também tem que pensar estrategicamente a empresa. “Por isso na graduação há disciplinas de economia, direito, administração e estatística. Isso capacita o profissional a organizar e planejar suas ações dentro da instituição.”

Qualidade de ensino preocupa profissionais

Assim como as demais graduações, o surgimento de cursos de ciências contábeis teve um aumento significativo, como informa o coordenador do curso de ciências contábeis da UFMG, Adalberto Gonçalves Pereira. “Entretanto, não houve um crescimento qualitativo do ponto de vista educacional. Hoje há cursos com pouco comprometimento com relação ao ensino”, adverte Pereira.

Uma forma de se destacar no mercado de trabalho é buscar obter experiência ainda na faculdade. “Nós temos disciplinas que são praticadas em laboratórios. Neles são vivenciadas situações que chamamos de empresa simulada. É a teoria posta em prática”, conta o coordenador de ciências contábeis da PUC-Minas, Silvério Antônio do Nascimento.

Tutor da Empresa Júnior do curso de ciências contábeis do campus Coração Eucarístico, Rafael Ornelas Machado diz que na empresa ocorre a aplicação prática do que é aprendido em sala de aula. “Ela atende a outras empresas juniores e ao diretório acadêmico (D.A.).”

Estudante do 9o período da UFMG, Kênia Fabiana Costa Mendonça optou pelo curso porque, além de gostar de contabilidade, acredita que o mercado de trabalho é promissor. “Já trabalhei na área e agora sou pesquisadora do Núcleo de Estudos de Controladoria (Nescon) da UFMG”, conta. No Nescon é estudado como a contabilidade é aplicada nas empresas, gastos e ganhos com meio ambiente, como a preocupação social das empresas reflete no balaço, entre outros.

Recém-formando em ciências contábeis pela PUC-Minas, o assistente contábil Elineuzer Santiago optou pela graduação por ter formação técnica em contabilidade e já atuar na área. “Além da minha aptidão para ciências contábeis, busquei projeção profissional”, diz.Santiago observa que a demanda por profissionais de contabilidade, sobretudo na área de auditoria, vem crescendo muito. “Um bom percentual dos que se formam também almejam uma vaga em concursos públicos.”

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