O Tempo

Sunday, October 02, 2005

Sistemas de aquecimento ainda são raros em Minas Gerais

Júnia Leticia

Minas Gerais tem registrado as mais baixas temperaturas dos últimos quatro anos. O frio rigoroso, que chegou mesmo antes do inverno, pegou muitos despreparados. Nem mesmo em casa, com todos os ambientes fechados e muitos agasalhos, consegue-se obter aquecimento. Por ter um clima tropical, o Brasil muitas vezes não está preparado para as baixas temperaturas. Sistemas de aquecimento são raros, especialmente em residências do Estado.

Um das conseqüências das altas temperaturas foi uma maior procura por aquecedores em relação ao ano passado. “A nossa demanda pelos modelos portáteis elétricos cresceu 40% em relação ao mesmo período de 2003”, informa a vendedora da Casa da Água Quente, Virgínia Ribeiro.

Segundo as arquitetas Ana Lúcia Azevedo Pinto e Maria Cecília Pinto, a pouca procura por sistemas de aquecimento passa pela questão cultural. “Por achar que se trata de um sistema oneroso, as pessoas nem investigam os preços. Além do mais, sendo o mineiro tradicionalmente de hábitos simples, acha que o projeto é um gasto supérfluo”, conta Ana Lúcia Azevedo Pinto.

Hoje em dia esta visão está mudando, já que as pessoas estão cada vez mais optando por receber visitas em suas residências, como diz Ana Lúcia. “As pessoas estão em busca de conforto e convivendo socialmente mais em casa. Está havendo uma revisão sobre os espaços residenciais e, entre eles, a calefação é um dos itens de conforto que as pessoas estão começando a investir.” Nesse sentido, as arquitetas fizeram uma analogia entre os fogões à lenha, comuns nas casas do interior, envolta dos quais ocorrem reuniões envolvendo familiares, vizinhos e amigos. É, também, um retorno de antigos hábitos, quando todos se reuniam em torno da mesa. A mudança comportamental, aliada ao problema da violência nas ruas e à maior liberdade e aconchego só proporcionados pelo ambiente doméstico, tendem a consolidar um novo espaço.

O mercado oferece uma infinidade de sistemas de calefação para ambientes. O mais moderno, segundo o diretor da Efatá Projetos e Soluções Integradas, Rony Rossi Horta é o Piso Radiante. “Trata-se de um sistema composto por tubulações de polietileno reticulado (PEX), que é embutido no piso. Por ele, circula água quente, responsável pela calefação”, explica Rony Rossi. O aquecimento pode ser feito através de energia solar, gás, óleo diesel ou lenha. Atualmente, mais de 50% das casas construídas na Europa possuem o Piso Radiante. No Brasil, o valor do m2 do sistema varia de R$ 100 a R$ 150.

Os sistemas de aquecimento mais conhecido são os portáteis, que podem ser encontrados nos modelos elétrico e elétrico a óleo (entre R$ 350 e R$ 400) e a gás (de R$ 600 a R$ 1.000) e os radiadores elétricos a óleo (de R$ 350 a 400).

De acordo com o diretor da Casa da Água Quente, Eduardo Tenenwurcel, entre os aquecedores mais utilizados no mundo são os radiadores de água europeus. “Eles são feitos de alumínio e são instalados na parede, por onde a água passa”, explica o diretor da Casa da Água Quente.

As lareiras, que também são sistemas de aquecimento, são outra opção para aquecimento residencial. Entre elas, há a salamandra, feita de ferro fundido (aproximadamente R$ 400), Eduardo Tenenwurcel, a lareira metálica (R$ 600) e o kit de lareira a gás, que pode ser instalado em qualquer lareira (cerca de R$ 1.800). Nela, é utilizada a lenha refratária, feita de material não combustível.

Os lençóis térmicos (aproximadamente R$ 300), o mini-split (ar condicionado que pode ser convertido para liberar ar quente) e o Pátio Heater, que é uma espécie de guarda-chuva que aquece ambientes externos (R$ 400) são outras opções para aqueles que querem fugir do frio em qualquer ambiente.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home